Legião Portuguesa
Aqui neste edifício foi a sede farense da Legião Portuguesa, organização cuja função e posição no quadrante político do Estado Novo nunca entendi muito bem.
Colavam cartazes da União Nacional, faziam acções de informação sobre Defesa Civil e contra catástrofes (como reagir a um sismo, por exemplo), levavam cinema propaganda aos locais, cidades e aldeias nomeadamente sobre controle de natalidade para os mais pobres, apresentavam os bichinhos da higiene pública ao detalhe sendo muito gozados quando referiam a fauna púbica e enfim, tinham uma estrutura militar por aquilo que percebi porque o legionário para emigrar tinha de pedir licença e obtê-la.
Conheço uma pessoa que foi para a Alemanha sem dar cavaco e depois sentiu-se muito receoso para regressar a Portugal de férias o que só veio a fazer depois do 25 de Abril.
Tinham umas fardas extraordinariamente verdes (nunca vi um verde tão verde) e faziam exercícios de defesa civil do território com sacos de areia e estavam nesses exercícios encarregados de encaminhar as pessoas para os abrigos anti-aéreos.
Não era nada conveniente no entanto dizer-se em frente de um legionário que não se era adepto da União Nacional.
O partido socialista ocupou o local logo em 1974, pelo que sei, e por lá se tem mantido.
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