quarta-feira, 25 de março de 2015

Casa da Padaria - Faro


Casa da Padaria

Aqui há bastante tempo falou-se nesta página desta casa, com algumas intervenções de vários amigos e amigas farenses e embora não tenha conseguido encontrar a foto à qual estão anexadas as conversas dessa altura lembro-me perfeitamente que a maior parte das pessoas se lembravam apenas desta casa como sendo Padaria.

Eu, se bem me lembro, argumentava que na parte anterior, no sítio onde está a chaminé, existia uma habitação cuja entrada, talvez de serviço, era feita por aí e que me lembrava que tinha morado aí, salvo erro, alguém da família Esquível.

Ao mesmo tempo, embora fosse quase unânime a opinião dos outros intervenientes nas conversações, dizia eu que não achava possível que um edifício com esta estrutura tivesse sido construído com o fito de albergar uma Padaria.

Pois bem, na altura não tinha presente um livrinho que agora reencontrei, e que se intitula Faro - Edificações Notáveis, Edição da Câmara Municipal de Faro, (1995 e 1997 - primeira e segunda edição respectivamente) com textos do Dr. Francisco Lameira e Fotos de Hèlio Ramos.

Nesse mesmo livrinho vou encontrar o historial desta casa que reza assim:

Casa da Padaria

Situada no gaveto da Rua Cruz das Mestras com o Largo de S. Pedro, esta casa foi outrora habitada por duas irmãs judias.

Hoje pertence à família Sande Lemos, funcionando no piso térreo a padaria Lisbonense.

Neste edifício de dois pisos e beirado saliente, denotam-se duas fases distintas: uma característica da Arquitectura Chã, em que se destacam as molduras em cantaria dos portais e das janelas de sacada;

a outra de sabor revivalista, em que foi anexado um corpo saliente, bem marcado pelo portal e pelo telhado de tesoura.

Incorporado numa parede exterior, sobressai um painel de azulejos evocativo de S. Gonçalo de Lagos.

----------

Assim, e como resumo meu, esta casa é acidentalmente uma Padaria, mas a sua construção tem história para além dela e é um edifício notável de Faro.



Santa Iria - A Feira de Faro - As origens da Feira de Santa Iria em Faro


Santa Iria - A Feira de Faro - As origens da Feira de Santa Iria em Faro

Apesar das profundas alterações sociais, económicas e culturais que se registaram na sociedade portuguesa ao longo das ultimas décadas, é curioso verificar que um pouco por todo o pais ainda subsistem feiras e romarias que, na era do consumismo global, da internet e dos centros comerciais, contribuem para manter viva uma parte da memória histórica das aldeias, vilas e cidades portuguesas.

Neste sentido, a realização da Feira de Santa Iria não constitui excepção, representando o perpetuar de uma tradição que se perde no tempo.

Mas o que sabem os farenses sobre as origens da sua Feira de Santa Iria?

Durante alguns anos acreditou-se que teria nascido em 1596, com o objectivo de ajudar a cidade a ultrapassar a depressão económica em que havia mergulhado, consequência directa do ataque realizado pelos corsários Ingleses do Conde de Essex, que meses antes haviam roubado e incendiado a cidade.

Esta opinião, defendida pelo Professor Pinheiro e Rosa, com base em fontes manuscritas do século XVIII, seria mais tarde contrariada pelo Professor Joaquim Romero Magalhães, para quem o ano de 1596 foi o ano da atribuição da franquia da Feira e não da sua criação.

A tese do Professor Romero Magalhães levanta por isso a questão da origem exacta da Feira de Santa Iria.

Dada a escassez documental existente, dificilmente saberemos um dia, ao certo, o ano em que se realizou a primeira Feira de Santa Iria.

Contudo, alguns dados apontam para uma provável origem medieval. De facto, considerando a importância regional da cidade de Faro durante a idade média, e se levarmos em linha de conta a acção governativa dos Reis D. Afonso III e D. Dinis, responsáveis pela atribuição de um grande número de cartas de feira a diversas localidades portuguesas durante o século XIII, incluindo a de Loulé, cuja criação remonta a 1291, não seria de todo improvável que a feira de Santa Iria tivesse sido fundada em data bastante anterior ao ano de 1596.



A lenda do fantasma que pede boleia (versão 2)


A lenda do fantasma que pede boleia (versão 2)

APL 2076

Cheguei a ouvir contar, que a rapariga estava na KADOC, e que alguém passava por ela e que lhe tocava e sentia-a gelada. E então por simpatia, ou por querer meter conversa, chegavam-lhe a oferecer o blusão, e ela ao princípio dizia que não queria aceitar mas depois acabava por aceitar que lhe emprestassem o blusão, e dava a morada dela para irem buscar o blusão a casa.

No dia a seguir, o rapaz chegava a ir lá à porta, batia à casa dela, batia à porta, e atendia a mãe e ele dizia que tinha estado com a filha da senhora na noite anterior e que lhe tinha emprestado o blusão, e que vinha para vir buscar o blusão, ao que a mãe respondia que a filha tinha morrido há um ano, há dois, há três conforme o tempo que tivesse passado, e que não tinha blusão nenhum.

Chegava-lhe a ir mostrar o quarto com as coisitas todas conforme ela tinha deixado, e acabavam por ir ao cemitério e o blusão estava em cima da campa no cemitério em Quarteira.

Fonte AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) Faro, n/a,
Ano2006

Local Almansil, Loulé, Faro