Escola de S. Luís
Uma parte substancial dos alunos de Faro andaram aqui nesta escola, uma vez que só havia mais a Escola do Carmo e a da Sé, que eu me lembre.
No meu tempo de criança lembro-me de ter havido uma escola primária no Bom João, a duas ou três portas a seguir ao Beco para cima já na Rua Ataíde de Oliveira, isto depois de o João Manjua Leal, numa tertúlia nos Bonjoanenses ter referido que deu aulas um pouco lá mais para os lados da Casa dos Rapazes.
Neste caso, da Rua Ataíde de Oliveira, não sei como mas a professora acabou por ficar com a casa e abriu uma mercearia passando a denominar-se «Mercearia da Vizinha» em vez de Escola Primária do Bom João.
Esta mercearia que refiro passou depois para uma garagem que já tinha sido oficina na Rua José de Matos (ao lado da casa dos Brito) e que foi abandonada pelos mecânicos Brito familiares entre si, e dos que ficaram, devido ao seu êxodo para a Venezuela.
Segundo o Montarcílio Estrela me disse há tempos estes fizeram uma grande festa de despedida como era uso na altura, coisa que eu não sabia, do uso das festas de despedida. No meu tempo quem emigrava ia «a salto» para França maioritariamente pelo que nem sequer se dizia que se estava de partida.
Passando a piada e voltando à Escola de S. Luís a minha maior forte recordação é do primeiro dia de aulas em que os alunos eram quase tantos como as mães que lá estavam a despedir-se deles.
No meu caso e de muitos outros isso não se passou: uns quantos dias antes disseram-me (a minha mãe) «é aqui!» embora eu já soubesse, no dia 8 de Outubro meteram-me a malinha nas mãos e disseram-me «está na hora» e tudo correu muito bem.
Eu estou a gozar um pouco com isto das mães e dos filhos serem entregues por mão própria na Escola mas anos mais tarde vim a conhecer o problema: tive de levar a minha filha três vezes à sala de aula para a conseguir lá deixar ficar.
Como resumo, deste longo texto: uma escola não são só as paredes, o recreio e os professores; é também um conjunto de recordações.
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