Primeira Padaria no Bom João
Este tema eu não domino muito, até porque os elementos disponíveis na Net são poucos para auxílio, mas sei que o primeiro vendedor de pão ao domicílio, numa bicicleta / carrinho tipo carro de gelados, ainda que toda metalizada a zinco e sem pintura mas forrada a pano branco por dentro, que apareceu a vender pão na «minha» parte do Bom João partia daqui, deste local onde está agora um café / taberna / bar.
Este edifício teve forçosamente de levar o primeiro andar num arranjo (que terá renovado tanto o rés do chão como o primeiro andar, a meu ver) porque, por aquilo que eu me lembro, esta casa era de rés de chão, apenas.
Na ponta, onde se vê um portão semi - porta era a entrada de um quintal onde a lenha de pinheiro estava depositada. O forno em si era algures para esses lados, sendo a venda de pão (para além da ambulante) feita aqui também na parte agora ocupada pela entrada do café, onde havia também uma taberna.
Por aquilo que sei (e repito que não domino muito esta matéria) este padeiro, de nome bem conhecido (um dos filhos foi vendedor de ferro na Metalo Farense) terá sido um dos impulsionadores daquilo que se pode chamar fusão das padarias na cidade de Faro, primeiro através da criação de uma Cooperativa e posteriormente através da agregação na Sociedade Panificadora Farense, com fornos e instalação na Estrada de S. Brás, onde ainda se ia buscar pão fresco, bolos, pão com chouriço, etc.de madrugada até há bem pouco tempo (5 anos talvez).
As pequenas padarias que havia, na altura, até aos anos 60, foram-se inicialmente «cooperativizando» passando a ser postos de venda sem fabrico e abrindo-se outros postos de venda por toda a cidade.
O renascer das padarias com fabrico próprio terá tido lugar, segundo as minhas contas, a partir dos anos 70 juntando-se esta onda às ainda resistentes padarias que nunca entraram quer na Cooperativa quer na Panificadora.
Os postos de venda da (ultimamente) Panificadora mantiveram-se ainda alguns anos, recebendo inclusivamente instalações próprias nalguns casos e empregando um número razoável de «padeiras» pela cidade. Na rua Ataíde de Oliveira havia uma, na Rua Camilo Castelo Branco (ou a outra antes) havia outra, em frente à Escola Industrial havia outra, na Estrada da Penha havia outra e seguramente muito mais que não refiro porque são de facto muitas as que conheci por passagem e por frequência nos casos citados.
O movimento das padarias em Faro é uma matéria interessante, que eu me comprometo a ir estudando com o tempo, mas este fluxo - refluxo empresarial (do artesanal à fábrica) levou uma grande «porrada» com a venda do pão caseiro vindo da serra na sua grande parte.